Em qualquer circunstância o exercício físico melhora a qualidade de vida. Mas atenção quem é viciado em academia ou treinos de qualquer espécie: o efeito pode ser contrário. “Existe um risco inerente da Síndrome do Excesso de Exercício Físico que é o aumento do risco de morte súbita ou arritmias cardíacas complexas em qualquer indivíduo e não só naqueles que possuem algum histórico cardiovascular”, avalia o cardiologista geral e médico do esporte do Hospital do Coração (SP), Nabil Ghoraeyb.
Para não correr esse risco é importante correr sim, mas atrás de informações precisas sobre seu próprio corpo. Isso vale para todos: tanto para os esportistas profissionais quanto para aqueles que não são competidores e querem um treinamento básico. “Quem quer praticar alguma atividade física tem a obrigação de saber, antes, o que acontece com o seu organismo, como funciona seu corpo. Não adianta fazer de qualquer jeito porque ficará suscetível, primeiro às doenças ortopédicas e em seguida ou até mesmo junto, às cardiovasculares. E dou um exemplo: quem perde mais de 1,5kg quando pratica exercícios pode ter uma Hiponatremia – que é falta de sódio e outros elementos circulantes no corpo, que causa uma fibrilação ventricular, que é um acidente elétrico no coração, que é exatamente a morte súbita”, alerta o especialista.
Hoje já se sabe que um treinamento básico começa a dar resultado entre três a quatro meses, com exercícios praticados quatro vezes por semana, com duração de 30 a 45 minutos e intensidade moderada. Para os idosos, a intensidade deve ser leve. Intensidade alta pode trazer benefícios mais rápidos, mas aumenta para três vezes mais o risco de graves consequências, incluindo as ortopédicas e as cardiovasculares. Gatilhos metabólicos podem ser disparados nas pessoas que possuem o chamado “coração vulnerável” - aquele que tem a doença e nunca se manifestou - ou no “coração sensível” – aquele que nem sabe da sua propensão a uma doença cardiovascular.
O segredo é ouvir o próprio corpo. Ele dá os sinais de alerta, é preciso prestar atenção a eles. Seja paciente, prudente, faça uma avaliação médica cardiológica e especializada, ou seja, uma consulta com um cardiologista que tenha conhecimento de medicina esportiva e saiba com ele qual é o limite do seu corpo, os tipos e a intensidade das atividades apropriadas para a sua constituição física. Também é importante conhecer e controlar outras áreas: pressão arterial, a dieta, o colesterol. Estes dados são uma parte importante do quadro preventivo. Lembre-se que a atividade física não precisa ser competitiva, pode ser lúdica.
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