segunda-feira, 2 de abril de 2012

A Rueda de Casino (La Rueda de Casino)

Para falar dos antecedentes da rueda temos que voltar aos tempos do reinado de Luis XIV na França onde aconteciam os primeiros "ballets". A partir desse momento se instituíram os chamados "ballets da corte". Para possuir o título de nobre era necessário saber certas coreografias que eram interpretadas nas festas da nobreza. Exemplos claros: O Minueto e as Contradanzas

No século XVIII, com a presença das frotas Francesas na Bahia de Havana, a chegada dos emigrantes de Louisiana, New Orleans e fundamentalmente a emigração de franceses procedentes do Haiti com a revolução de 1791 produz a aparição em Cuba das Contradanças Francesas e, derivada desta, surge a Contradança Cubana. Assim como na corte de Luis XIV, a aristocracia criolla, espanhóis e inclusive o povo, interpretavam a dança com figuras pré-fixadas que todos deveriam saber e que eram dirigidas por um comandante. Não creio que até os anos 60 o criador ou os criadores da Rueda de Casino tenham pensado em Luis XIV, porém que possui a mesma essência das contradanças, disso não há dúvidas. Realmente existem contradições entre os informantes sobre onde teria surgido a Rueda de Casino pela primeira vez, uns dizem que no Casino Español, Liceo de Havana, El Patrício Lumumba e outros no Casino Deportivo; o que temos certeza, é que sua expansão ocorreu sobretudo na capital.

A Rueda de Casino se tornou um fenômeno nacional depois que Rosendo, coreógrafo e bailarinodo do Ballet da Televisão Cubana, a apresentou no programa de televisão Para Bailar, nos anos 80

Para que exista uma "Rueda" deve haver pelo menos dois casais, como é de se esperar, um líder e que todos os homens conheçam as figuras que ele vai cantar. Disto se deduz, que o surgimento da rueda possui um caráter social ou de grupo. As ruedas são realizadas entre amigos ou conhecidos e o principal propósito é a diversão. Apesar de que ao adquirir a habilidade aparecem a competição entre ruedas e o conhecido: "El que pierde sale" que constitui diversão, mas já com um certo sentido de responsabilidade.

Na rueda por diversão, geralmente não importa se você erra, se não conhece o que te "cantam", ou se inventa um giro para solucionar a situação. Isso é o mais comum e geralmente se faz nas festas privadas, reuniões de amigos ou, por que não, nas pistas de dança.

O segundo caso: as competições entre as ruedas, mais típico dos salões de dança, onde cada grupo prepara sua rueda e seus cantos. O curioso é que depois que dançavam eles mesmos eram seus juízes.

O terceiro caso "El que pierde sale", ou o que perde sai, como o próprio nome já diz, o cantor canta e tenta fazer com que os dançarinos se percam, e ao errarem têm de sair junto com sua companheira que estava no momento do erro, ou ainda se o líder erra cantando "fora do tempo" também sai e é substituído por outro líder.

Para se dançar em uma rueda tem-se de pedir permissão ao líder, este pode aprovar ou não, já que, volto a frizar, é uma manifestação em grupo. Outra maneira mais "diplomática" de não aprovar a entrada de um casal é declarando "El que pierde sale". Consiste em deixar entrar o casal e imediatamente cantar uma figura que seja própria do grupo, evidentemente o casal não desejado errará e irá sair.

A graduação de um dançarino é aprender a rueda, portanto para dança-la primeiro se deve dominar o Casino. Me atrevo a dizer que se os casais dominam com perfeição o Casino eles podem dançar a rueda com os olhos vendados.

Na rueda as figuras são executadas pelos cavalheiros e as damas constituem a base. Elas mantêm a estrutura circular e o ritmo (quando os homens fazem algum contratempo) e eles fazem as piruetas, as trocas e as improvisações.

Para que uma rueda seja boa não necessariamente se tem de fazer muitas figuras, mas sim depende da perícia do líder. Um líder deve "cantar" a rueda com graça, criatividade, respeitando os tempos e sobretudo dando continuidade, porque se poderia tornar uma rueda monótona tanto para os dançarinos como para os espectadores. Um bom casinero líder é capaz até de criar figuras no momento e explicá-la rapidamente aos dançarinos e esses responderem. Também se enfeitam os cantos da figura com uma história, por exemplo: " Oye ella te quiere apretar, pero tu le dices que no" (ela que te apertar, mas diga que não)

Quando algum cavalheiro esta sem parceira e quer dançar a rueda, se pode roubar uma dançarina e deixar o seu parceiro sem parceira. Claro que isto se faz quando se tem uma certa confiança com o grupo que está fazendo a rueda neste momento.

Se a rueda possui uma quantidade de casais muito grande, se pode fazer uma rueda dentro da outra. Outra maneira que se pode fazer é que dentro dela se dance em dois, três, quatro, cinco ou até seis tempos diferentes, porém na hora de se fazer as figuras a troca de casais é muito complicada, e as vezes, irritante. Também se faz em se tocarem, ou cada homem com duas mulheres.

Esta manifestação não é estruturada e estática como dizem, simplesmente deve-se apelar para a criatividade, claro sem trair os princípios básicos do Casino.

Lembrem-se:

1. Na rueda e no Casino de maneira geral a mulher não tem de realizar nenhum movimento especial. Somente tem que deixar-se conduzir pelo homem.

2. Nenhum giro da rueda deve implicar que a mulher tenha que se acomodar para facilitá-lo.

3. Quando o cavalheiro se solta, a dama deve ficar marcando o passo básico.

4. O líder deve cantar os giros e passos a tempo e de maneira fluida.

5. A Rueda de Casino é para se divertir


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